Que papel devemos atribuir à máquina no contexto da criação artística? Poderão os sistemas jurídicos atuais aceitar uma nova definição de criatividade, que inclua a Inteligência Artificial no quadro de agente criador?

  • 09 Nov. 15:00
gnration
Braga Media Arts
Gratuito
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Entrelaçando a dualidade prática do compositor, designer e investigador Matthias Puech e a visão do filósofo e investigador Morgan Morcel, Sobre Arte, Agência e Inteligência Artificial: uma reflexão sobre a criação artística moderna desconstrói a ligação entre os algoritmos de Inteligência Artificial e os métodos de criação artística. Num primeiro momento, Morgan Morcel introduz a sessão com a apresentação “Machine as creator?”, centrando-se no reconhecimento legal da máquina enquanto agente criador. Partindo da definição conceitual de criatividade, o filósofo propõe o termo “criatividade mecânica” e questiona a nova abordagem jurídica da criatividade humana face ao papel da inteligência artificial generativa na lei dos direitos de autor. Esta discussão abre caminho a um segundo momento: uma mesa redonda, moderada pela investigadora e curadora Ana Carvalho, que junta Matthias Puech e Morgan Morcel para discutir a utilização da tecnologia enquanto motor criativo no panorama artístico contemporâneo.

Matthias Puech
Compositor, designer de instrumentos, investigador e professor nascido em Paris, em 1983. É cientista de investigação e desenvolvimento no INA GRM, onde dirige o desenvolvimento de GRM Tools, e professor associado de Ciências da Computação no CNAM Paris. Tem um interesse duplo pelos fenómenos naturais e pelos conceitos matemáticos e computacionais que nos permitem apreender o nosso mundo, e pretende perturbar a distinção entre síntese sonora e gravação de campo, transportando o ouvinte para ecossistemas imaginários, frutos da relação simbiótica da máquina com o seu ambiente. Os seus instrumentos de síntese modular (4ms Ensemble Oscillator & Tapographic Delay, Mutable Instruments Parasites) estão disponíveis e são utilizados em todo o mundo. A sua música foi lançada pelas editoras Hands in the Dark, Hallow Ground ou Nahal, e foi apresentada no Cafe OTO (Londres), GRM Akousma (Paris), Sonic Acts (Amesterdão) ou Kaserne (Basileia).

Morgan Morcel
Alumnus da École Normale Supérieure de Paris, Morgan Morcel está atualmente a terminar a tese de doutoramento em filosofia The Un(as)signed ideas: legal demarcations and criticism by Deleuze, Guattari, Derrida and Lyotard na Universidade de Nice Côte d’Azur. Explora as bases metafísicas daquilo a que se poderia chamar a propriedade das ideias e propõe uma perspectiva normativa adaptada às mudanças contemporâneas. Escreveu vários artigos científicos e participou em conferências onde apresentou o seu trabalho, que entrelaça filosofia do direito, história das ideias, estética e metafísica. Foi-lhe concedida, entre outras, uma residência de investigação no Centro de Ontologia da Universidade de Turim e uma bolsa do Serviço Alemão de Intercâmbio Académico.

Ana Carvalho
Professora, investigadora e curadora. Os seus interesses de investigação cruzam arte, tecnologia e questões sociais contemporâneas. O seu trabalho curatorial inclui a exposição coletiva sobre vigilância tecnológica Omnisciência Estratégias de Fractura e Fuga (2021) e a exposição de Mark Amerika Abducted Realities (2023). Organiza anualmente o Encontro de Expressões entre Som e Imagem (2016-). É membro fundador da Associação Earthsea.

Sobre Arte, Agência e Inteligência Artificial: uma reflexão sobre a criação artística moderna é uma atividade desenvolvida pela Braga Media Arts em parceria com o gnration e o Institut Français. 

apoio república portuguesa – cultura / direção-geral das artes. rtcp – rede de teatros e cineteatros portugueses. institut français.