Para conhecer melhor esta nova temporada do Circuito, a Braga Media Arts sentou-se à conversa com Sara Borges. Ligada ao projeto desde a sua criação, Sara é a responsável pela programação do Serviço Educativo da Braga Media Arts e uma das pessoas que melhor conhece as suas atividades.

Braga Media Arts: Quais são os maiores destaques desta nova temporada?

Sara Borges (programação Circuito): Não sei se lhes poderemos chamar os maiores destaques, mas acredito que sejam atividades que valem muito a pena. A Escola dos Labirintos, por exemplo, por partir de uma encomenda do Circuito; as três atividades ligadas ao #3Movediço – Dança de Materiais Inertes, Partikulas Ridikulas e BMA lab: Dança de Materiais Inertes –, que convidam o público a descobrir o movimento e a dança; ou o Clube de Inverno.

BMA: O Circuito celebra 5 anos em setembro. Como vai ser começar a nova temporada com um fim de semana de festa?

SB: O Circuito teve o seu arranque oficial na Noite Branca de Braga, em 2019. Na altura, construímos um espetáculo comunitário que levou mais de 100 pessoas a palco e que juntou diferentes histórias, experiências e comunidades da cidade.

Simbolicamente, esta celebração regressa ao ponto de partida e à essência do Circuito – proporcionar um espaço de experimentação e criação, de encontro e partilha. A ODE – Orquestra de Dispositivos Eletrónicos traz este lado de participação e criação comunitária, a Escola dos Labirintos convoca os mais novos para a experimentação, e as Visitas Orientadas criam pontes entre artistas e público. No fundo, os 5 anos tentam condensar um pouco das várias coisas que o Circuito tem vindo a desenvolver, de forma regular, ao longo dos anos.

BMA: Nesta temporada, o Circuito traz propostas ainda mais diversificadas, abrangendo áreas como a dança, a realidade aumentada, a programação, a matemática, a inteligência artificial, a música, etc. Qual a importância de apresentar um conjunto de atividades tão diferentes?

SB: Enquanto programa ligado às Media Arts, faz todo o sentido que o Circuito convoque disciplinas como a programação, a realidade aumentada ou a inteligência artificial. Algumas destas propostas são ações de capacitação para estas disciplinas, onde tentamos cruzar universos artísticos e científicos. O Circuito propõe-se a ser um espaço para experimentar, errar, tentar de novo - criar espaço para práticas expandidas que trabalhem a partir desta base de transdisciplinaridade.

BMA: A nova agenda apresenta, também, algumas encomendas exclusivas do Circuito. Podes falar um pouco destas atividades?

SB: Esta temporada teremos duas encomendas. A Escola dos Labirintos é uma atividade pensada para os mais novos, que tem vindo a ser desenvolvida pela OSSO Coletivo. Este é um coletivo sedeado em São Gregório (Caldas da Rainha) e que tem uma atividade que é muito próxima às atividades que apresentamos habitualmente no Circuito. Por esta razão, fez sentido, para nós, aproveitar o aniversário para lhes propor uma nova incursão nesta Escola dos Labirintos. É uma atividade que funcionará como oficina, mas também como instalação para visitar. No seu núcleo estarão 5 estações, cada uma correspondente a 5 artistas de áreas distintas, desde a arquitetura, vídeo, som, desenho, etc., nas quais os mais novos serão convidados a intervir e a criar.

A sessão de cinema infantojuvenl O Sr. George não tem nada a ver com isto parte de uma encomenda à Confederação, que em 2024 foi convidada a pensar um conjunto de 3 sessões – duas delas já apresentadas em temporadas anteriores. Esta será a última desta série. É uma coletânea de curtas-metragens inspirada na obra de George Orwell, para pensar de que forma nos relacionamos uns com os outros e como a gentileza pode combater o obscurantismo.

Descarrega a agenda set-dez em bragamediaarts.com/circuito.