Que papel devemos atribuir à máquina no contexto da criação artística? Poderão os sistemas jurídicos atuais aceitar uma nova definição de criatividade, que inclua a Inteligência Artificial no quadro de agente criador?

Com base em tais reflexões, a Braga Media Arts e o Institut Français apresentam a conversa “Sobre Arte, Agência e Inteligência Artificial” (9 nov, às 15:00, no gnration). Entrelaçando a dualidade prática do compositor, designer e investigador Matthias Puech e a visão do filósofo e investigador Morgan Morcel, a sessão divide-se em dois momentos de reflexão onde se desconstrói a ligação entre os algoritmos de Inteligência Artificial e os métodos de criação artística.

Num primeiro momento, Morgan Morcel introduz a sessão com a apresentação “Machine as creator?”, centrando-se no reconhecimento legal da máquina enquanto agente criador. Partindo da definição conceitual de criatividade, o filósofo propõe o termo “criatividade mecânica” e questiona a nova abordagem jurídica da criatividade humana face ao papel da inteligência artificial generativa na lei dos direitos de autor.

Esta discussão abre caminho a um segundo momento: uma mesa redonda, moderada pela investigadora e curadora Ana Carvalho, que junta o artista francês Matthias Puech e o filósofo supramencionado para discutir a utilização da tecnologia enquanto motor criativo no panorama artístico contemporâneo, evocando as práticas de Matthias nas áreas da estética musical e do design técnico, e de Morgan em filosofia, direito, história, estética e metafisica.

Nesta sua passagem por Braga, Matthias Puech apresenta ainda a performance “Créature”, no dia 8 de novembro, às 21:30, no gnration; e orienta a masterclass “BMA lab: Inventar música, criar instrumentos”, no âmbito do Circuito – Serviço Educativo Braga Media Arts, no dia 9 de novembro, às 10:30, no gnration. Sabe mais sobre cada uma destas atividades em www.bragamediaarts.com e www.gnration.pt.